Projeto ensina português como língua de acolhimento para estrangeiros da região – Instituto Federal do Paraná

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Projeto ensina português como língua de acolhimento para estrangeiros da região

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Explicar de forma lúdica, utilizando linguagem corporal, sons, imagens e muita cordialidade, foi a forma com que a professora de Linguagens e Línguas do Campus Avançado Arapongas, Patrícia da Silveira, encontrou de ensinar o português para um grupo de 15 haitianos do município. 

Vinculado ao Centro de Línguas do IFPR de Arapongas (Celif), à coordenação de Cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) e aos Programas Especiais com foco na Educação de Jovens e Adultos, o projeto de extensão “Português como língua de acolhimento para estrangeiros” vai além do ensino de línguas, e se caracteriza enquanto busca para promover a emancipação de estrangeiros que escolheram o Brasil como lugar para viver.

“Entender que a língua portuguesa é um instrumento que permite acolher esses estrangeiros possibilita pensar no porquê e como ensinar a língua para este público específico, uma vez que não são turistas e não são estudantes visitantes em nossa instituição, mas são sujeitos que precisam se apropriar da cultura e da língua deste novo país para que possam viver de forma digna”, destaca Patrícia.

Segundo a coordenadora do projeto, as aulas levam a necessidade urgente de acolhimento em consideração, sendo planejadas a partir da realidade e da necessidade destes sujeitos.

Ensino de uma nova língua 

Patrícia afirma que entre os alunos haitianos, muitos já cursaram o ensino médio em seu país, até mesmo a graduação, porém como não dominam a língua portuguesa são matriculados em cursos de alfabetização na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos). 

“Este é um sério problema, pois muitos deles já são alfabetizados e precisam aprender o idioma do país em que estão. São processos e abordagens diferentes é aí que entra o projeto enquanto atividade vinculada ao Celif e aos Programas Especiais.”

O curso 

O curso tem carga-horária de 60 horas e as aulas acontecem duas vezes por semana, com duração de 1h30 cada. As atividades são baseadas na perspectiva do ensino de língua como forma de acolhimento e muito se assemelha as proposta de Paulo Freire, buscando promover situações de igualdade social a estes estrangeiros que aqui escolheram viver.

Paralelo ao projeto de extensão, vem sendo elaborado um curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) para que os alunos possam, ao término do projeto, participar de um curso de qualificação profissional.

 “É uma proposta de trabalho que está sendo pensada com muita responsabilidade, alegria e desejo de fazer a diferença na vida deste grupo,” ressalta. 

A participação dos alunos 

A professora relata que já no primeiro dia de apresentação do projeto era possível ver o brilho nos olhos e o agradecimento que muitos fizeram questão de dizer em português diante da iniciativa do IFPR.  

“Os alunos são  extremamente participativos, fazem todas as atividades e dinâmicas propostas. São alegres e se incentivam mutuamente. Ao término da 1ª aula pedi a um dos estudantes, que fala um pouco o português, que perguntasse aos demais se eles haviam gostado da aula, se sentiram que aprenderam, o que poderíamos trazer a mais para eles e a resposta saiu deles mesmos:  gostamos, Deus a abençoe, obrigado. E bateram palmas.”

Para a professora, é gratificante perceber que um pouco do que você se propõe a fazer pode trazer uma maior qualidade de vida aos estudantes

Estudantes haitianos conversam diante de um quadro negro dentro de uma sala de aula com outros estudantes. As carteiras estão em círculo.

As atividades realizadas nas aulas são baseadas na perspectiva do ensino de língua como forma de acolhimento.

 

Para saber mais, acesse a página do Campus Arapongas. 

 

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