Estudante e professores do IFPR desenvolvem aplicativo para combate ao Aedes aegypti – Instituto Federal do Paraná

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Estudante e professores do IFPR desenvolvem aplicativo para combate ao Aedes aegypti

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[Notícia publicada 18 de março de 2016] Um aplicativo desenvolvido por equipe formada por três professores e um estudante do Campus Capanema pode contribuir para conter a disseminação da dengue, da zika e da chikungunya no Paraná. Trata-se do “Xô, Zika”, disponível para download gratuito para o sistema Android desde o dia 14 de março.

O aplicativo foi concebido pelos professores Felipe José de Carvalho, Cléber Fernando Serafim e Marcos Fernando Schmitt e pelo discente João Vitor Zarth, todos ligados ao Curso Técnico em Cooperativismo Integrado ao Ensino Médio do Campus Capanema. Segundo o professor Felipe, a ideia nasceu em conjunto, a partir da troca de ideias com os colegas de trabalho no ambiente escolar.
“Já pensávamos, no âmbito do Núcleo de Inovação Tecnológica do
campus, em oferecer curso de extensão sobre o desenvolvimento de aplicativos. Expus essa ideia para os colegas e daí surgiu a iniciativa de criar um que contribuísse para a prevenção da dengue, da zika e da chikungunya na região”, relata.

O professor Cléber foi o responsável por sugerir a temática. A inspiração foi a realidade vivida pelos oito municípios que fazem parte da microrregião de Capanema, no sudoeste do Paraná, que sofrem com o avanço das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Uma delas é Planalto, cidade vizinha a Capanema, que já vive a situação de epidemia de dengue (que ocorre quando são registrados mais de 300 casos da doença por 100 mil habitantes desde o início do período epidemiológico da enfermidade – o atual começou em agosto de 2015). “Cinco estudantes do campus pegaram dengue. Percebemos que estava na hora de fazer alguma coisa que pudesse educar não apenas os nossos alunos, mas a sociedade como um todo, auxiliando a população a combater o mosquito e a se proteger das doenças”, afirma o docente.

Estudante de curso técnico integrado ao Ensino Médio auxilia no desenvolvimento do aplicativo

O professor Marcos, que ministra a disciplina de Informática para os estudantes do Campus Capanema, trabalhou diretamente na construção do aplicativo. “Utilizamos uma ferramenta disponibilizada pelo Google, o App Inventor, que torna mais simples o desenvolvimento de aplicativos”, explica.

O desenvolvimento do “Xô, Zika” levou cerca de um mês e contou com a participação do estudante João Vitor, que ingressou no projeto por meio de seleção lançada em 29 de fevereiro pelos professores. “O João já demonstrava interesse pela área de tecnologia e habilidade lógica durante as aulas. No desenvolvimento do projeto, ele pôde colocá-lo em prática”, afirma Marcos.

Para João Vitor, que cursa o primeiro ano do Ensino Médio no Curso Técnico em Cooperativismo, a novidade está no porte do projeto. “Eu já havia desenvolvido um aplicativo antes com um amigo, mas não desse porte. O ‘Xô, Zika’ foi mais complexo, exigiu trabalho em grupo para a discussão das ideias e a programação”. Além do aprendizado que a participação de um discente em projetos de inovação proporcionam, João Vitor elenca outro ganho: “Fico feliz em desenvolver um aplicativo que pode auxiliar as pessoas e até mesmo salvar uma vida”, comemora.

O aplicativo está disponível para o sistema Android. Até a noite desta quinta-feira (17), já registrava mais de 600 downloads – e nota máxima na loja do Google.

Dengue, zika e chikungunya. Xô!

Com caráter educativo, o “Xô, Zika” consiste em um jogo de perguntas e respostas que mede os conhecimentos do usuário sobre o Aedes aegypti e as doenças que o inseto transmite. Estimula, também, a cidadania e o engajamento da população no combate ao mosquito, já que oferece a opção de realização de denúncias sobre os locais que podem favorecer sua procriação; o usuário informa o endereço e dá uma descrição do local, dados que são repassados aos órgãos públicos responsáveis pelo controle das doenças, sem que se identifique o usuário que realizou a denúncia.

Segundo Cléber, o anonimato é uma das características que estimula o uso do aplicativo. “Muitas pessoas sentem-se constrangidas de realizar denúncias de possíveis focos do mosquito quando eles estão localizados nas residências dos vizinhos ou conhecidos. A possibilidade de realizar a denúncia de forma anônima encoraja a população a ficar de olho em possíveis focos”.

Outro fator que faz que o aplicativo seja bem recebido pela população é a garantia de que as informações repassadas pelo usuário serão encaminhadas aos órgãos competentes. “Todas as mensagens enviadas são direcionadas às Secretarias de Saúde dos municípios da região, responsáveis pelo combate ao mosquito”, afirma o professor Cléber. “Já recebemos denúncias de possíveis focos do mosquito em Minas Gerais, que foram encaminhadas aos órgãos de controle do Estado”, complementa Felipe.

De acordo com os criadores do aplicativo, a intenção é realizar melhorias no sistema, que chegará na forma de atualizações para o usuário. “Planejamos aumentar o número de perguntas do quiz e também possibilitar que o usuário envie fotografias do possível foco de mosquitos”, explica o professor Felipe. A criação de uma versão para crianças e adolescentes também está nos planos da equipe.

Caráter regional do aplicativo é destaque

De acordo com os criadores do aplicativo, o caráter regional também chama a atenção dos usuários. “Já existem outros aplicativos oficiais de órgãos federais e estaduais que visam ao combate ao mosquito e às doenças que ele pode transmitir. No caso do “Xô, Zika”, nossa ideia foi desenvolver um aplicativo que auxiliasse a população da região de Capanema e que também divulgasse um pouco do trabalho desenvolvido pelo campus”, conclui o professor Marcos.

O projeto conta com o apoio das prefeituras municipais de Capanema e Planalto, além da empresa júnior da Faculdade Iguaçu. Todas auxiliam na divulgação do “Xô, Zika” na região.

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