Da Finlândia, professor do IFPR relata experiência no Programa Professores para o Futuro – Instituto Federal do Paraná

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Da Finlândia, professor do IFPR relata experiência no Programa Professores para o Futuro

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O professor Alexandre Zaslavsky, do Câmpus Foz do Iguaçu, completou o terceiro mês de estudos na Finlândia. Ele foi aprovado em dezembro de 2014 na Chamada Pública CNPQ/SETEC-MEC nº 41/2014, que selecionou propostas de projetos a serem desenvolvidos no âmbito do Programa Professores para o Futuro. O programa tem como objetivo dar capacitação aos professores da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica brasileira, tendo por base a experiência de instituições de Ensino Superior finlandesas. A iniciativa é fruto de uma parceria entre essas instituições de ensino e o Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq) e o Ministério da Educação (Mec), que financiam, por meio de bolsas de estudo, o desenvolvimento dos projetos propostos pelos brasileiros.

Esta foi a segunda chamada pública para o programa, para a qual foram selecionados 36 projetos. Um deles foi o de Alexandre. O professor apresentou uma proposta que busca valorizar as licenciaturas no âmbito da Educação Profissional e Tecnológica. “A proposta enviada está atrelada ao projeto de pesquisa que já desenvolvo e trata das novas possibilidades e limites que os cursos de licenciatura ou formação de professores têm em instituições superiores profissionalizantes. A intenção é valorizar e empoderar estes cursos tão importantes para qualquer país”, explica. O projeto é desenvolvido junto à Hämee University of Applied Sciences (HAMK), instituição superior pública de educação profissional, pertencente a um conjunto de municípios finlandeses. A universidade está situada na cidade de Hämeenlinna, ao sul da Finlândia, capital administrativa da província da Finlândia Meridional.

Alexandre está no país desde o dia 29 de janeiro, para a realização da primeira etapa do projeto, que terá duração de cinco meses. “A proposta é desenvolvida, a título preparatório, junto à HAMK, que fornece condições para a obtenção das informações necessárias, incluindo contatos e experiências. Estou realizando entrevistas com pesquisadores e também gestores da área de formação de professores, bem como visitas a instituições”. A segunda parte do projeto será desenvolvida a partir de julho de 2015, no câmpus Foz do Iguaçu, quando o pesquisador pretende aplicar o conhecimento adquirido em prol do desenvolvimento das licenciaturas e da formação de professores no IFPR – atualmente, a instituição oferece 8 cursos de licenciatura em 10 municípios paranaenses.

Realização de um sonho

O professor é licenciado em Filosofia e mestre e doutor em Educação, e ingressou no IFPR em agosto de 2012. Para Alexandre, o modelo de educação finlandês sempre foi um referencial, e por este motivo já desejava conhecer o país muito antes do lançamento da Chamada Pública. “Há muito queria ir à Finlândia, país reconhecido pela qualidade de seu sistema educacional e também pela excelência na formação de professores”, explica.

Há três meses no país, já se acostumou com a rotina de Hämeenlinna, cidade com cerca de 60 mil habitantes, próxima ao lago Vajanavesi. “A cidade é basicamente plana, com prédios no máximo de 5 andares. Há bastante verde, parques, como é do gosto finlandês”, relata Alexandre.

Nos primeiros meses no país, o professor vivenciou um frio que chegou a 10 graus negativos. “No início não tinha as roupas apropriadas. Mas após adquiri-las, fui me adaptando, e agora a temperatura apenas positiva já me parece até amena. Aqui, há roupas de boa qualidade por bons preços, pois toda a população precisa ter acesso. Agora a média de temperatura está em 8 graus positivos. Está muito agradável, inclusive porque no inverno todo tivemos apenas 2 dias de sol, e agora temos vários dias”, conta.

O professor conta que uma das barreiras a ser superada foi o idioma local, o finlandês, e que a adaptação foi facilitada pela cortesia e receptividade do povo. “A origem do idioma é completamente distinta do indo-europeu e, portanto, não temos nenhuma referência para entendê-la. Aos poucos vamos aprendendo algumas expressões, e agora estou fazendo um curso introdutório. O que facilita é que a maioria da população fala inglês, além de ser bastante polida e amigável. Então, a dificuldade do idioma é compensada por esses fatores”. No entanto, as diferenças culturais podem ir mais longe, especialmente no que toca à vida em comunidade. “A sociedade aqui é bastante homogênea e rigorosa com certos costumes e há uma expectativa real de que todos se comprometam com eles. Por exemplo, desde atravessar apenas na faixa de pedestre e quando o sinal autorizar, até do fato de os objetos serem deixados no local em que são perdidos, dentre outras coisas. Tem-se uma impressão de honestidade e confiabilidade permeando toda a sociedade”, avalia.

Conheça o programa

O Programa VET – Teachers for the Future é desenvolvido em vários países da Europa com a finalidade de oferecer formação para professores ligados à educação profissional. “Profissionais diversos passam pelo curso quando querem se tornar professores, bem como professores que não tiveram formação pedagógica, por exemplo, de áreas técnicas”, explica Alexandre.

O curso é constituído por 4 temas básicos, que constituem o seu eixo: processos de ensino e aprendizagem; e-learning no século XXI; currículo com base em competências e cooperação com arranjos produtivos; aprendizagem com base em projetos.

Em 2014, a professora Maristella Gabardo, do Câmpus Curitiba, e o professor Christiano Pitta, do Câmpus Palmas, representaram o IFPR no programa.]]>

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